Apresentação
O Curso de Economia Ecológica propõe-se a fornecer fundamentos interdisciplinares e transdisciplinares para mais bem qualificar o entendimento das complexas relações entre ambiente, sociedade e economia. Trata-se de um modo de pensar que se opõe à fragmentação das ciências estabelecidas, particularmente ao ideário da teoria econômica tradicional que respalda o dogma do crescimento econômico ilimitado. Aponta para possibilidades de alternativas ao modo de produção e de vida que prevalece nas sociedades capitalistas contemporâneas e seu paradigma tecnológico-financeiro.
Ao reconhecer a inevitabilidade dos impactos ambientais de todo e qualquer processo econômico, a Economia Ecológica sugere que as decisões políticas sejam balizadas pela minimização da entropia, que levem em consideração a conservação da biodiversidade e os serviços ambientais. Isso significa dizer que a eficiência econômica terá que estar subordinada à sustentabilidade ecológica. Para tanto, os componentes curriculares contemplam metodologias e ferramentas que permitam uma atuação profissional consentânea ao princípio da precaução, diante do desconhecimento das leis que regem a dinâmica dos ecossistemas e dos impactos decorrentes dos processos produtivos em geral.
O Curso, de modalidade presencial, é ministrado no período vespertino-noturno, tem seu percurso formativo efetivado em 8 semestres, no mínimo, e, no máximo de 12 semestres, com a entrada anual de 50 estudantes, via Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). O egresso fará jus ao diploma de Bacharel em Economia Ecológica, correspondente a integralização de, no mínimo, 3.200 horas-aulas.
O PPC de Economia Ecológica da Universidade Federal do Ceará não encontra similar no sistema federal de ensino superior brasileiro. Ganha importância maior ainda pelo fato de que a Instituição se localiza em uma região que concentra 56.560.081 habitantes. Ainda de acordo com o IBGE, o semiárido do país tem uma extensão total de 982.563,3 km², sendo que cerca de 89,5% estão situados no Nordeste, abrangendo quase todos estados, com exceção do Maranhão. Com elevado risco de seca (pluviosidade irregular) e índice de aridez, o semiárido nordestino caracteriza-se por um preocupante grau de vulnerabilidade climática que afeta diretamente as condições econômicas e sociais da vida de sua população. A Região encerrou o ano de 2016 com um balanço dramático dos efeitos de uma das piores secas já ocorridas no Nordeste e no Ceará, nos últimos 40 anos, e que ainda se estende em 2017. Periodicamente, a seca contribui com efeitos importantes, ainda que diferenciados, que agravam as bases geoambientais dos biomas da Região, sobretudo da caatinga. Contudo, são efeitos que podem ser mitigados com a adoção de tecnologias sociais e formas de organização da produção que certamente trarão benefícios socioambientais importantes para o convívio no semiárido.